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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Pessoas de dentro para fora.

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Os meus amigos tinham todos medo do escuro e eu medo da luz. Medo do dia que me traria a realidade que eu não queria ver, nem sentir, nem tão pouco saber que existia. Medo do certo, do que vejo e que de todos quero esconder. Uns ligam a luz para ver e eu desligo para esquecer. Uns iluminam-se a si próprios e eu desvio o foco de mim, do que não quero ver, do que dói só de saber. Desligo-me e desvio-me de mim mesma e das minhas emoções para jamais ter pena de mim. Prefiro não ver do que me encarar naquele espelho igual a todos os outros, deformado. Espelhos. Ver-me assusta-me e faz-me correr na direção contrária, achar que fugir é uma solução colocada sobre a mesa. Olho para os outros como reflexos meus mais perfeitos, menos deformados, mais comigo, mais sem mim. Reflexos meus deformados, imaginários e destrutivos sobre mim, acerca de mim. Quem me dera ser o que não sou, para ser quem na realidade? Perguntas que muitas pessoas fazem nas suas cabeças, regidas pelas regras dos números

Medo do escuro.

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O medo atormenta-nos a vida inteira, e quem me vier dizer que não tem medo de nada, está morto e não sabe. Temos medo das coisas mais pequenas, minimalistas, e nem sempre materiais, os maiores medos do mundo são inventados por ti. Sensações que tens e não consegues esquecer ao longo do dia. Faz um furacão dentro da tua barriga e dói, e assusta, e afasta-te de muitas coisas que nem sabes. Afasta-te para longe de um caminho que sempre quiseste percorrer mas tens medo. Muitas pessoas vão dizer para ires, mas tu sabes que elas nunca lá foram para saberem se vai correr bem ou mal. Tu sabes que o incerto assusta e quem és tu para julgar quem tem medo. Atire a primeira pedra quem não tem medo de nada agora. Todos temos medo do escuro, o escuro da nossa cabeça, a escuridão densa, sem luz ao fundo do túnel. E há caminhos que temos que percorrer sozinhos, mesmo que saibamos que eles vão lá estar, as pessoas de sempre. A multidão assusta-me, por vezes mais que a solidão. Sinto demasiadas vid

Atracar em ti.

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O mundo vai girando e leva-me com ele em torno de um eixo imaginário. Por vezes vejo tudo do avesso, deitada no teu ombro, ou enquanto faço o pino. De todos os lados vivo o mundo onde me encontro, por vezes com os pés assentes na terra, outras vezes com os pés no limite do céu. A vida roda e leva-me a dar a volta ao mundo em 360º e quase 365 dias. Entre constantes mudanças, novidades, pessoas, realidades, perdemos um pouco o nosso rumo, as nossas leis pessoais e o tempo para refletir sobre as mesmas. Entre milhares de mudanças diárias perco um pouco a noção de onde estou, se o que vejo está no sitio ou apenas me parece de pernas para o ar. Perco-me no meio de tantas pessoas, línguas, etnias e opiniões que por vezes me esqueço um pouco de onde venho e para onde estava a ir. Faz parte da vida alterarmos os nossos planos e por vezes faze-lo mesmo em cima da curva. Passamos a vida à procura de novas pessoas, de novas realidades e novos fins para atingir, mas no entanto todos sabemos o