As'sombras.
Os meus dedos começam a tremer e o frio transforma-se em dor e em medo. Em meros segundos o chão já me fugiu e eu fico suspensa numa nuvem qualquer pronta a desvanecer e me deixar cair. Chove em qualquer lugar que vá e é noite de lua nova em todas as manhãs. Fujo. Corro o mais que posso mas não saiu do mesmo sitio, como se a minha vida fosse um circulo, sempre igual. Escondo-me de mim e da minha sombra que me assombra e de todos os dias nascem noites, e de todas as noites, noites de novo. Consumida pela ansiedade e pelo medo do escuro, da noite, de mim. Principalmente de mim. Já não me sinto tremer, já não sinto os pés, já não sinto dor. Já não sinto nada mais nada menos que nada. Nem as lágrimas inseguras de mim sinto. Apenas sinto que estou viva, porque o meu batimento cardíaco acelera e eu morro um bocadinho por dentro e o coração sai-me pela boca como se fosse a fugir de qualquer coisa que o atormenta. Tenho o medo dentro de mim e a frustração é a sombra que me persegue. Procu