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A mostrar mensagens de outubro, 2016

A maior idade, não é uma idade cronológica.

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Sinto que finalmente chegou o momento de ser maior de idade. Sempre tive aquela ideia de que no dia em que fizesse 18 anos eu seria maior de idade. Na teoria era verdade, na prática longe disso. Atingimos a maior idade quando finalmente somos capazes de ponderar uma situação com pés, cabeça e coração, dizer que sim, saber dizer que não. Quando queremos muito uma coisa mas temos consciência que não a podemos ter e contorna-mos a situação, vivemos com aquilo que temos sem querer demasiado. Quando nos tornamos homenzinhos e mulherzinhas para percebermos que está na altura de dar o salto. Famoso salto que às vezes os nossos pais falam e nós nunca percebemos. Não percebemos até que atingimos a maior idade. A maior idade de pensamento, não de bilhete de identidade. Aquele salto em que nos tornamos ambiciosos e de certo modo egoístas. Egoístas no bom sentido (sim, existe um bom sentido de ser egoísta). É no sentido em que nos colocamos em primeiro lugar nas prioridades, deixamos de só p

O protagonista és tu.

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Entra em palco, diz as tuas deixas, não deixes nada para amanhã. Parte a loiça toda. Resolve os casos, questiona as tuas dúvidas, escuta as respostas. E depois sai de cena com missão cumprida, com tudo dito.. Todas as peças de teatro têm que terminar. A vida não é nada mais, nada menos que uma simples peça de teatro. Onde tu tens que saber assumir um papel, o teu papel principal. Porque na tua história tu és mais que a personagem principal, és o realizador, o encenador, o guarda roupa, o moço da luzes e do texto. És tu que fazes a tua própria peça, com a tua própria banda sonora. Mas as pessoas insistem em deixar as suas peças nas mãos de outros, que podem ser melhores que tu a escrever peças, mas não são tu! Vais deixar sentimentos por expressar e perguntas por fazer, para quê? És colecionadora de perguntas sem resposta? Não! Tu és a personagem principal da tua história, não tentes trocar de papéis com ninguém, porque ninguém será como tu. Pinta o cenário como quiseres, ilumina o p

Cartas de papel.

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Dia mundial dos correios. Quem me dera ter nascido nesse tempo, das cartas. Cartas de amor, cartas de família, cartas de saudade. Quem me dera ter tido essa oportunidade, de escrever no joelho, lamber o selo e enviar em "pombas brancas". Quem me dera ter tido a oportunidade de esperar para te ler, de esperar para te ter, esperar para que fosses o meu escritor favorito. Quem me dera...ter escrito cartas das verdadeiras. Cartas puras, sem correções automáticas nem frases retiradas de lá sei onde. Cartas do coração para o correio. Que chegue a ti. "Não a percas!" Lá vem a data de há não sei quantos dias atrás, antigamente era preciso esperar para ter, esperar para dar valor ao receber. Lá vem o texto, entre saudades e histórias para contar, "como vais?". Chega a despedida. Numa carta não cabe tudo o que te quero dizer, não cabem sentimentos, nem abraços. Nas cartas nao cabem sorrisos, mas cabe um "até ao teu regresso". E o que é uma carta sem go

Desafio-nos.

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[imagem google] Desafio-te a ficar comigo. Desafio-te a ficar comigo com todos os meus defeitos e qualidade. Com o meu mau acordar e com o meu imenso jeito para a cozinha. Com a minha desarrumação arrumada e com a minha maquilhagem espalhada por todo o lado. Desafio-te a ficar comigo em todas as noites de insónia em que me levanto para escrever mais um texto ou que desespero de mau feitio por não ter conseguido escrever nesse dia. Nos dias de constipação em que meto 100 despertadores a tocar de 5 em 5 minutos porque vou ter mesmo que me levantar e passar o dia mal disposta. Desafio-te a me aturares nesses dias maus. Desafio-te a aturar-me nos dias bons. Esses dias em que só quero abraçar o mundo de uma só vez, gritar ao mundo que estou feliz, fazer o melhor jantar e ser tagarela a tempo inteiro. Esses dias em que quero amar-te neste mundo e no outro. Amar-te em Marte, se me deixarem lá amar-te. Desafio-te a ficar comigo. Tu ficas? Desafio-me a ficar contigo. Desafio-me a fica

Quarto escuro.

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O quarto estava escuro e eu estremeci quando vi que estava sozinha no meio de quatro paredes escurecidas pela noite. Parece mentira, mas nunca o meu coração foi tão pesado e tão vazio ao mesmo tempo, como naquela noite. Parecia que apertava, que se queria soltar de mim, sair pela boca. Queria sair num grito de gigante. Levava-me para o lado negro da minha vida. Pedaço de mau caminho. No meu quarto. Um filme vagueava na minha mente, assustava a minha alma. Que mal fiz eu para não gostares de mim, vida? Parecia tudo escuro e nem a lua me salvava daquela escuridão. Solidão. Cega não sei de quê. Lua nova. Às vezes a solidão faz-nos sentir mais fortes, outras vezes nos corrói aos bocadinhos. Hoje foi uma dessas vezes. Nem um pequeno feixe de luz. Aparece! A solidão salva-nos das desilusões e evita as ilusões. Mas o que é a vida sem ilusões? Sem esperança? Sem nada onde nos agarrarmos? Agarrei-me aos lençóis e foi como me agarrar aos cabelos numa queda livre. Tantas paredes e eu sem apego