Texto em contexto.
Não sei porque escrevo, nem como tudo isto começou, ou melhor, tudo começou num caderninho azul, com um cadeado manhoso que não precisava de chave para abrir. Era um pouco como eu. Eu também era um pouco manhosa, todo o mundo pensava que eu estava fechada a quatro chaves, mas mal sabiam eles que eu era uma porta aberta ao mundo. E aí fui andando por fases e frases que iam formando textos, que foram formando lições e que foram formando aquilo que sou. Eu sou escrita. Tudo em mim precisa de escrever, coisas de mim para mim, outras de mim para o mundo. Eu sou uma apaixonada por esta terapia que me consome o físico e o psicologico. Sou eu em alma e osso. Sou dependente da escrita e quem seria eu se assim não fosse, uma louca apaixonada pessoa que escreve, que fala sozinha entre linhas e entrelinhas. E só quem lê entrelinhas sabe ler na verdade. Mas jamais a escrita irá precisar de mim, porque eu sou dela e ela é um pouco de todos: quem escreve, quem lê, quem sente. Quero que risques, s