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A mostrar mensagens de 2017

OBRIGADA 2017 ❤

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O tempo passa a correr e eu começo a correr com medo de o perder. É estranho como olho para trás e ainda ontem começou um novo ano e já estamos no começo de outro. Assustam-me estes relógios acelerados e rápidos de mais. Preciso de tempo e agora que penso nisso, foi um tempo bem passado. Tudo começou com o primeiro concerto do ano, a primeira noite do ano com pessoas que se tornaram ainda mais especiais durante a continuação do mesmo. Um ano que prometia amizade ao mais alto nível, com algumas novas e novos motivos para manter as de sempre. Houve alturas este ano que não consegui ver o futuro muito nítido, mas na realidade ele chegou pronto para me surpreender. Algumas pessoas chegaram, outras partiram. Umas criaram o seu lugar, outras limparam o mesmo e tornaram a minha vida muito mais especial. Conheci pessoas e lugares diferentes, afastei-me da vida real e voltei ainda com mais força. Vivi dos melhores momentos da minha vida, entre concertos e noites de verão bem passadas. Com

Braços casa.

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"Há amizades que são o melhor presente que podemos receber.". Um presente bem embrulhado num abraço. O melhor de isto tudo é que sem nos apercebermos somos presenteados diariamente com o melhor presente do mundo, com companhia. Companhia em aventuras, na volta ao mundo que é a vida, nos momentos menos bons que se tornam mais simples com mais alguém. Companhia numa mesa recheada de histórias que nos adoçam a boca e nos fazem ficar viciados por mais e mais memórias. Aquecidos por amizade e amor, que aquece a noite de inverno lá fora. Por vezes perdemos muito tempo em correrias do quotidiano e não temos tempo de sentar, de ligar, mas infelizmente do melhor da vida: abraçar e estar. Estar não é só de corpo, é mais especial estar com alma, com vontade. É permitirmo-nos ter a liberdade de estar sem bagagem, sem tralha que nos ocupa a mente. Liberdade de rir, apenas rir e ser feliz com quem está connosco. Está em nós. Só reparamos na falta que as pessoas nos fazem quando ol

Primeiro dia de inverno.

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As minhas pernas balançam sobre o mar enquanto a respiração se dissipa no pensar. As pernas tremem numa colisão entre o medo e o frio. Mais uma pele dos lábios que se perde e sangra. Sangra e cura rapidamente repetidamente. Não há pessoas, nem gente, nem seres, apenas pensamentos que deambulam sobre o mar e que eu tento perceber se são verdadeiros. No entanto são só sonhos e pesadelos de uma cabeça cheia de nada. Há medos que nos consomem e nos fazem esquecer de respirar e nos fazem sufocar e nos fazem ter medo até mesmo daquilo que não existe. Retorno a respiração e já perdi o sentido. Assim aparece o pânico, de não saber para onde vou, para onde devia ou quero ir. Como uma constante imagem de onde vim e de onde não quero voltar mais. O quotidiano é o pior inimigo de um ser humano. Mas eu sei onde não quero voltar, mesmo que não saiba para onde vou, não quero ficar mais sobre este mar que corre dentro de mim, que ade subir e me afogar em si. Mar salgado meu, de lágrimas minhas qu

Vale a pena a saudade.

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O amor, a paixão, o medo, o ciúme, a saudade, são meras invenções da nossa cabeça, sentimentos que não são coisas, nem palpáveis, nem para serem vistas. Sentimento que não se toca, mas que nos toca. Há amores assim, e só é amor de for assim, uma força que ultrapassa o visível aos olhos comuns. Só vale a pena ir se formos puxados por uma força que só nos é permitida sentir, mesmo sem saber onde, para onde ou para quê. A paixão vai crescendo vivendo, estando, permanecendo, indo ficando dia após dia, na alegria, na tristeza que se vê ou até aquela que apenas sentimos. É questionar o porquê de ficar mesmo depois de gritar que nunca mais lá voltaria, é trocar lugares estáveis e seguros pelo constante incerto, trocar o conforto da cama pelo duro chão, a boa musica pelo cansaço de discursos silenciosos. Mas talvez a vida seja isso mesmo, viver de saudades. Talvez só a saudade alimente a vida, ou melhor, os motivos para viver uma vida bem vivida e espremida até à ultima gota de sumo. Só

Fui pedir ao tempo, mais tempo.

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Passamos a vida a perder. A perder tempo, pessoas. Perdemos a paciência e o amor próprio. Perdemos momentos e vivências, por medo, por qualquer coisa que nos ultrapassa, meros humanos. Passamos a vida entre o que devemos e não devemos fazer. Em parte da nossa vida devemos ser inocentes, na outra responsáveis e por fim devemos ser fáceis. Fáceis de levar, sem muitas dores nem sofrimentos. Devemos ser fáceis de moldar aos parâmetros da sociedade. Fáceis de encaixar em qualquer canto e sermos mudos e calados. Deixamos ir a criança que fomos noutra hora, deixamos ser o apaixonado jovem que outra hora fomos até que não temos o que relembrar, nesta mesma hora. Perdemos tempo a mais e vemos pessoas partirem sem saberem o que sentimos, gritamos mas já ninguém nos ouve. Perdemos tempo a ser orgulhosos, a pensar no que devemos amar, no que devemos ser, no que devemos defender. Perdemos tempo em tudo, menos naquilo onde devemos perder tempo. Devemos fazer o que ainda não fizemos. Devemo

Volta e meia e já volto.

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Passamos a vida a questionar o universo: porquê que ainda estamos aqui, porquê que insistimos em pessoas que nos deixam de parte, porquê que voltamos sem ter que sentir que devemos. Voltamos a ir e a vir para o mesmo lugar, o mesmo lugar de sempre sem o ver. Apenas olhamos, chegamos e partimos, rotinas rituais. Um dia partimos e tudo fica numa nova perspetiva. Olhamos de longe, olhamos tudo, num plano geral. Percebemos que vivemos tão grande, tão belo, mas tão acolhedor ao mesmo tempo. Vemos as paredes brancas que ouviram os nossos lamentos, aqueles lençóis que limparam as nossas lágrimas, aquele peluche panda onde deitamos a cabeça e adormecemos de cansaço, aquele candeeiro que nos iluminou as noites de insónia, aquela janela que nos fez dar voltas e voltas ao mundo, aquelas fotografias coladas na parede que nos fazem viajar no tempo, aquela almofada que nos faz não gostar de mais nenhuma. Agora que estou noutra margem do rio e consigo ver de onde venho, vejo o frio que faz aqui,

(Sobre)Viver.

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A vida foge-me por entre os dedos e quanto mais a tento agarrar mais ela me foge e acaba assim por cair desfeita no meio do chão. Parece que os dias de primavera acabaram e em vez de dar lugar a dias de verão trouxeram de novo o inverno, o tremer de frio, a doença que carrego no meu peito. No lugar de dias felizes vêm agora dias cinzentos. O relógio para e eu não sei para onde estou a caminhar. Perco-me no nevoeiro e não sei onde estou nem para onde vou. Porquê que a vida é tão incerta? Tão imprevisível, tão própria. Dona de si, e eu que me lixe. Mas se a vida andasse de mãos dadas comigo, isso sim era viver... Viver é bastante diferente de sobreviver, como falsos amigos. Parecem tão iguais e são tão distintos. Entre o medo do que fui, do que sou e da incerteza do que posso vir a ser, aguardo sentada na ponta mais alta deste penhasco e aqui sinto-me vivo. Como sentado sobre a vida e de pés soltos sobre a morte. Não sei bem para onde vou, mas sei que não quero sair daqui. Viver a

Pessoas de dentro para fora.

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Os meus amigos tinham todos medo do escuro e eu medo da luz. Medo do dia que me traria a realidade que eu não queria ver, nem sentir, nem tão pouco saber que existia. Medo do certo, do que vejo e que de todos quero esconder. Uns ligam a luz para ver e eu desligo para esquecer. Uns iluminam-se a si próprios e eu desvio o foco de mim, do que não quero ver, do que dói só de saber. Desligo-me e desvio-me de mim mesma e das minhas emoções para jamais ter pena de mim. Prefiro não ver do que me encarar naquele espelho igual a todos os outros, deformado. Espelhos. Ver-me assusta-me e faz-me correr na direção contrária, achar que fugir é uma solução colocada sobre a mesa. Olho para os outros como reflexos meus mais perfeitos, menos deformados, mais comigo, mais sem mim. Reflexos meus deformados, imaginários e destrutivos sobre mim, acerca de mim. Quem me dera ser o que não sou, para ser quem na realidade? Perguntas que muitas pessoas fazem nas suas cabeças, regidas pelas regras dos números

Medo do escuro.

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O medo atormenta-nos a vida inteira, e quem me vier dizer que não tem medo de nada, está morto e não sabe. Temos medo das coisas mais pequenas, minimalistas, e nem sempre materiais, os maiores medos do mundo são inventados por ti. Sensações que tens e não consegues esquecer ao longo do dia. Faz um furacão dentro da tua barriga e dói, e assusta, e afasta-te de muitas coisas que nem sabes. Afasta-te para longe de um caminho que sempre quiseste percorrer mas tens medo. Muitas pessoas vão dizer para ires, mas tu sabes que elas nunca lá foram para saberem se vai correr bem ou mal. Tu sabes que o incerto assusta e quem és tu para julgar quem tem medo. Atire a primeira pedra quem não tem medo de nada agora. Todos temos medo do escuro, o escuro da nossa cabeça, a escuridão densa, sem luz ao fundo do túnel. E há caminhos que temos que percorrer sozinhos, mesmo que saibamos que eles vão lá estar, as pessoas de sempre. A multidão assusta-me, por vezes mais que a solidão. Sinto demasiadas vid

Atracar em ti.

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O mundo vai girando e leva-me com ele em torno de um eixo imaginário. Por vezes vejo tudo do avesso, deitada no teu ombro, ou enquanto faço o pino. De todos os lados vivo o mundo onde me encontro, por vezes com os pés assentes na terra, outras vezes com os pés no limite do céu. A vida roda e leva-me a dar a volta ao mundo em 360º e quase 365 dias. Entre constantes mudanças, novidades, pessoas, realidades, perdemos um pouco o nosso rumo, as nossas leis pessoais e o tempo para refletir sobre as mesmas. Entre milhares de mudanças diárias perco um pouco a noção de onde estou, se o que vejo está no sitio ou apenas me parece de pernas para o ar. Perco-me no meio de tantas pessoas, línguas, etnias e opiniões que por vezes me esqueço um pouco de onde venho e para onde estava a ir. Faz parte da vida alterarmos os nossos planos e por vezes faze-lo mesmo em cima da curva. Passamos a vida à procura de novas pessoas, de novas realidades e novos fins para atingir, mas no entanto todos sabemos o

Casa de Legos.

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Um dia vamos entender o porquê de nos deitarmos na cama, quando a lua já espreita pela janela, cansados, com dores nas pernas e com as costas pesadas. Vamos perceber o porquê de todos os dias serem cansativos. Vamos perceber que desde que nascemos que somos construtores, de qualquer coisa que só nos finais de vida vamos perceber o que é. Somos todos uns construtores que tentam ser engenheiros, que tentam criar todos os dias o lugar perfeito, sem frinchas nem defeitos e todos os dias percebemos também que isso é impossível mas tentamos como seres humanos iludidos que somos. Independentemente do que declaramos nas finanças somos profissionalmente construtores e colecionadores de desilusões. Passamos a vida inteira a ir construindo, há peças que terminam antes mesmo de teres começado, outras que levam uma vida a ser construídas. O tempo não importa, apenas importa a dedicação que depositas em cada peça única que vamos construindo e também do apoio que vamos recebendo. A mais import

Viagens de comboio.

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Partir é a melhor desculpa para poder um dia regressar. E sabe tão bem ter onde regressar. Ver o que o comboio deixa para trás preenche-me de saudade. A saudade, suada de lágrimas salgadas e carente do abraço do costume. É doloroso deixarmos o costume para criar rotinas novas. Termos de nos habituar a ver a cidade de todos os dias apenas de noite.  As pessoas do costume passam a estar do outro lado da linha telefónica e não do outro lado da rua. Mas apesar de em nenhum horizonte se tocar, temos de tentar agarra-lo para ele parecer mais perto, mais palpável, mais alcançável. E é por isso que eu parto todos os dias. Para procurar o meu horizonte, o meu limite, o meu futuro.  Para poder voltar aos braços do costume e dizer que a saudade também sabe abraçar e chorar. Nem toda a saudade dói. Há saudades que existem apenas para nos fazer regressar à base onde basicamente temos os nossos pilares mais básicos.  Basicamente, eu vou regressar no mesmo comboio amanhã para te abraçar de

Até amanhã verão.

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Benvindos ao mundo real, onde o verão sempre acaba, os dias cinzentos chegam. Dias que deixam de terminar com bonitos pôr-de-sois e passam a se dissipar ao longo do dia. Que deixam de terminar numa bela tarde de praia e acabam com um dia exaustivo de trabalho. Que deixam de reluzir de moreno e cor de canela para serem pálidos e cor da neve que há de chegar. Que deixam de se cobrir de calor humano e solar para se cobrir de mantas e cascóis. Que deixam de ser dias felizes reluzidos de luz para serem meros dias. Meras tristezas.  Esses dias de inverno acabam a qualquer altura do ano, quem acha que estou maluca, mente. O verão jamais será uma mera estação do ano, vai ser o nosso sorriso, a nossa felicidade, a nossa aura repleta de boas energias, o nosso bom humor e disposição. Que no dia seguinte pode ser substituído por um peso horrendo sobre os nossos ombros, uma lágrima no canto do olho, uma solidão que me arrepia a espinha e uma tristeza, uma simples tristeza que nos corrompe e no

Pessoa de pessoas.

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- És uma pessoa de pessoas ou de lugares? Colocaram-me esta questão na cabeça, que parece tão simples mas que nos faz viajar para outras galáxias, questionar as nossas próprias origens e ir às profundezas do nosso ser. Divaguei um pouco no meio daquilo que sou e percebi que sou uma pessoa de pessoas, sem dúvidas disso. Para mim roda a garrafa e não as pessoas. Muda a mesa e jamais as pessoas. Assim é que deve ser, pelo menos nos meus princípios como pessoa. Se forem as pessoas certas o lugar não importa, fazemos de um beco o lugar mais bonito do mundo e de uma praia deserta o lugar mais recheado de boas energias e sentimentos. Rode o mundo todo, vire tudo de pernas para o ar, viagem para o outro lado do mundo que nada vai mudar, enquanto as pessoas não se mudarem. Há pessoas que mudam e outras que se mudam, são realidades bastante distintas que por vezes se confundem. Conheço pessoas que podem mudar de país, ir viver para outra galáxia que se continuarem as mesmas pessoas vã

Ouvi falar em ansiedade.

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- Ouvi falar em ansiedade e tremi. Perguntei-me se sabia mesmo o que é. Li mil e um artigos sobre o assunto que muitas vezes não é assunto.  As pessoas preferem não ligar, não falar, chamar-lhe moda e tentar que passe por entre tantos assuntos e problemas do quotidiano. Há problemas piores dizem muitos. Vais morrer dizem outros e entre extremos perdemos as estribeiras. Olho à minha volta e com este mero assunto sinto-me levar uma unha à boca, sinto o meu pé a bater no chão de um modo repetitivo que faz tanto barulho que eu ouço na minha cabeça repetir sem parar, puxo uma pele do lábio, remexo nos anéis que tenho nos dedos e paro. Fico estagnada por tempo indeterminado. Todos os relógios param e eu sinto-me suar, chorar e berrar, sem nunca mexer uma ponta de cabelo. Ali estou eu.  As pessoas passam, uns dizem que estou maluca, outras falam da idade e muitos acham que sou apenas mais uma pessoa sentada num banco de jardim. Esta última definição é aquela que as pessoas com ansied

Texto em contexto.

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Não sei porque escrevo, nem como tudo isto começou, ou melhor, tudo começou num caderninho azul, com um cadeado manhoso que não precisava de chave para abrir. Era um pouco como eu. Eu também era um pouco manhosa, todo o mundo pensava que eu estava fechada a quatro chaves, mas mal sabiam eles que eu era uma porta aberta ao mundo. E aí fui andando por fases e frases que iam formando textos, que foram formando lições e que foram formando aquilo que sou. Eu sou escrita. Tudo em mim precisa de escrever, coisas de mim para mim, outras de mim para o mundo. Eu sou uma apaixonada por esta terapia que me consome o físico e o psicologico. Sou eu em alma e osso. Sou dependente da escrita e quem seria eu se assim não fosse, uma louca apaixonada pessoa que escreve, que fala sozinha entre linhas e entrelinhas. E só quem lê entrelinhas sabe ler na verdade. Mas jamais a escrita irá precisar de mim, porque eu sou dela e ela é um pouco de todos: quem escreve, quem lê, quem sente. Quero que risques, s

Viver à base do quase é morrer!

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Ninguém merece viver no limiar da vida. No quase amor. No quase acordado. No quase vivo. Quando é quase nem é, nem deixa de ser, é uma incerteza que nos consome com perguntas sem respostas porque nem é tudo nem quase nada.  É ter a casa inteira e só nos limitarmos a um canto. Ter uma vida inteira e estar constantemente preso a um momento. Àquele momento.  Aquele momento que todos somos obrigados a passar ou foram momentos de perdas ou momentos de reviravoltas ou momentos que existem só para nos abanar. Uns abanam e caem outros abanam mas não caem. O mais importante da vida é nunca viver nesse abano constante ou não somos nada, nem ninguém além de um ser meio perdido meio encontrado. Meio caído, meio levantado. Como no circo aquele palhaço que anda de bicicleta sobre a corda por cima da nossa cabeça.  É preciso sair da personagem, ser um expectador de nós mesmos, sentarmo-nos na plateia e chorar connosco mesmos, bater palmas com o maior orgulho do mundo, sorrir com lágrimas

Saudades de a ter.

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És tela. Em mim és uma tela cor da tua pele branca com trança caída sobre as tuas costas, olhos azuis no centro de tudo. Entre linhas e traços, soltos, vincados vou pintando o que ouço dizer, o pouco que me lembro e tudo aquilo que quero ver. Vou fazendo mil e um retratos e acabo por perceber que és o conjunto de todos, num só. Acabo por perceber que és uma fruto da minha imaginação e que jamais serei capaz de te recriar numa só tela. Ouço histórias e vou criando memórias do que nunca vivi. Sinto-te e vejo-te onde te quero ver, naquelas escadas, naquela janela, à varanda. Esperas por mim, por ele, por todos e eu sei que estás nessa varanda à espera para me conhecer. Dizem que é impossível ter saudades do que nunca conhecemos, do que nunca nos pertenceu, no que não nos lembramos, dizem as pessoas que nunca ouviram falar de ti. Pessoas que sabem lá o que é ser pessoa. Porque eu tenho saudades mesmo sem sentir mais o teu toque e mesmo que não me lembre os dias em que te toquei. Di

a carta que eu nunca te escrevi...

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Adormecemos de costas voltadas e nunca mais te vi sorrir. A verdade é que também nunca mais sorri, nenhum amor devia discutir como nós os dois discutimos na noite antes de partires. Amei-te ainda mais no dia em que foste embora, mas tu não sabes, nem precisas de saber agora que passou. Passou o tempo, porque o amor continua onde o deixaste. Aquele ainda é teu, mesmo que eu ame outra pessoa. Mesmo que a minha vida tenha seguido em frente e que agora não faças fisicamente parte dela. Que seria da minha vida sem ti de vez. Disseste que não te amava e quem era eu para te contrariar depois de ter dito para ires à tua vida que eu ficava bem. Como fui um otário ao ponto de dizer que ficava bem. Devias ter percebido que era mentira. Mas quem sou eu para te dizer para ficar? Mas quem sou eu para te prender numa pequena gaiola e te proibir de voar? Nenhum pássaro resiste muito tempo a uma gaiola fechada. Não queria que me culpasses e tu culpaste na mesma. É o preço a pagar por te amar e nunca

Tenho saudades, mas não te quero de volta.

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Um dia vamos conversar , pode ser no café que me apresentaste e tratavamos por tu, conhecia os nossos segredos e os nossos momentos também eram seus. Vamos falar sobre o presente e eu vou te mandar calar porque ainda mal resolvemos o passado. Vais tentar pedir me desculpa e eu sei que te vou ignorar , manter o meu ar de durona e magoar-me, magoar-te queria eu dizer. Vais ficar com um olhar triste mas eu nem vou olhar, não que ainda tenha sentimentos por ti, mas sei que sou uma pessoa sensível no fundo. Vamos arrumar tudo nas gavetas, abrir corações, rasgar recordações, lembrar momentos de muitas emoções. E depois vamos terminar este café curto que serviu para me despedir de ti, olhos nos olhos como adultos que somos, que se encontram por fim, em meses de dor e de ansiedade. Saudade. Mal tu sabes o quanto te queria abraçar mas não vale a pena porque eu não posso ficar mais perto de ti. O nosso tempo acabou preciso de fechar este ciclo vicioso que deixou de ser amizade, para ser amor

Olhares multicolores.

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São dois corações tal e igual um ao outro. Coração: órgão torácico, oco e muscular, de forma ovoide, que é elemento motor central da circulação do sangue. Como é que com tantos aspetos para conhecer e amar ainda se olhe para a cor, a religião, o país de onde vêm. Olhamos nos olhos e vemos o mesmo que em todos os corpos com que nos cruzamos, o problema é mesmo esse: nunca ninguém olhar nos olhos de ninguém . Olhamos para tudo e mais alguma coisa, esquecendo os aspetos que nos fazem ser quem somos de verdade. Os aspetos que nos fazem gostar realmente de alguém. Será que alguém ainda quer de gostar de alguém de verdade? Os negros têm coração, tal como os brancos. Os chineses têm coração, tal como os europeus. Os muçulmanos têm coração, tal como os cristãos. Os gordos têm coração, tal como os magros. Os pobres têm coração, tal como os ricos. Todos iguais, feitos do mesmo. Porquê que se repara em tudo menos no que realmente importa? Não é a cor, a religião ou a raça que fazem as

Meu coração de lata inundou.

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Foi a não chorar que inundei a minha alma e sequei a minha pessoa. Afoguei-me em mim mesma sem uma única lágrima verter. Sem nenhuma lágrima me umedecer o rosto. Sem nenhuma lágrima molhar o papel onde escrevo. Sem nenhuma lágrima sentir que me derrotou. Eu não penso que quem chora é sempre o derrotado, mas penso que quando eu choro o sou. Por isso, não choro! Não me vais ver chorar pela rua, apenas na noite escura me vou deixar levar entre pensamentos atrozes que me levam a sanidade e de um coração de lata passo a coração de papel. Assim afogo-me de dentro para fora, grito por socorro mas já é tarde, já passaram demasiados 365 dias, de cada vez, desde o primeiro em que as lágrimas passaram a ser minhas. Apenas minhas. E assim vou pairando sobre o vivo, vivendo num constante flutuar que se vai deixando ir na corrente da vida, entre cascatas e meros riachos, águas calmas e tempestades. Só água salgada de mim, minha. Meu mar salgado. E quem me dera poder chorar mas minha fonte secou,

Utilizemos o orgulho a nosso favor, por favor.

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Quando é que esse teu mundo vai abrandar? Quando é que vais olhar ao mesmo nível dos meus olhos e ouvir o que tenho para dizer, sem ter que gritar um grito que se perde mesmo antes de chegar a ti. Só preciso que te sentes, olhes á tua volta e vejas onde eu estou e sempre estive. Aqui. Ao teu lado, mesmo sem que saibas quem sou eu na realidade do meu ser. Só quero que uma vez ouças mas principalmente que me olhes nos olhos e  que eu veja algo nos teus além de desilusões e que tu olhes nos meus e vejas um ser que sempre se escondeu do teu, por medo. Receio. Talvez seja receio de não ser aquilo que idealizavas, vivi o tempo todo a contrariar mas no fim a ser igual a ti e a ter-te como o maior exemplo da minha vida. Entre guerras mesquinhas, em que algumas nos magoávamos a sério, fomos perdendo o nível dos nossos olhos, a confiança, o contacto que hoje precisava que tivesses. Preciso que o teu mundo abrande, que me olhes e digas que estás aqui também de alma aberta a mim. Preciso que

Mais pessoas no mundo que amem pessoas.

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Lá andava eu, praia fora, cego para e com o mundo. Cego com assuntos do trabalho ou da falta dele, com os assuntos da família que todos temos mesmo sem a ter e com os meus problemas, problemas esses que me cegam. E caminhei a praia de fio a pavio de olhos cerrados ao mundo e abertos ao simples sentir da água gélida nos meus pés que me percorre o corpo inteiro e se instala nos meus ossos. Sentir este cheiro que se havia de misturar com o teu. Nem dei por ti, pelo menos á primeira vista. Maldita cegueira da vida. Reparei que corrias ao meu lado mesmo antes de o ser e deixei-te ir até ao fim do teu caminho, que mal eu sabia terminaria em mim. Parei e libertei o sufoco dentro de mim com um grito mudo e tu paraste junto a mim. Não me apaixonei á primeira vista, mas ao primeiro toque, porque estava cego com a vida. Apaixonei-me logo por ela, pela pessoa que estava dentro de ti e por cada palavra de consolo, apoio ou qualquer das outras coisas que eu precisava naquele momento. O sol f

Era para ser amor para a vida toda.

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Entre folhas soltas, cadernos de linhas e entrelinhas recuei uns anos na minha vida. Voltei ao tempo em que te amava e que eramos aquelas crianças inocentes que acreditavam que tudo era possível . Eramos maiores que a distância, que os obstáculos, que tudo aquilo que nos separava. Ainda consigo olhar e ver o sorriso na cara da menina que hoje não sou mais, não me revejo mais. Aquele sorriso nunca mais vi em mim, nem aquele rosto inocente com toda a esperança do mundo. Dizem que o primeiro amor é inesquecível e eu sou a prova viva que isso é verdade. Deixa de ser amor, penso eu, e passa a ser qualquer coisa que vive em nós, que não dói, não cresce, não fere, mas que ocupa o seu espaço. Deixa espaço para novos amores, novas experiências, novas vidas. Mas é como um ser que nunca mais nos larga. Revejo essa menina na minha sombra mas não mais na personagem principal desta peça de teatro que é a vida. Onde aprendemos que por vezes só temos que entrar em diversas personagens, diver

Cruzei-me com a saudade.

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Hoje cruzei-me com a saudade pelas ruas da minha cidade. Lá ia ela em forma de gente, em forma de menina, subtil e despercebida. Despercebida ao mundo mas jamais para mim. Os olhos foscos e tremidos fugiram dos meus e a verdade é que agradeço. Jamais conseguiria encarar a saudade que carrego no peito e que me faz deambular às tantas da madrugada pelas ruas onde a encontro num olhar. Olhos meus que são espelhos da minha alma e onde a saudade vive e se demonstra. Sou tão despida dentro de mim e nunca ninguém me viu nua por ai. Porque ninguém me olhou nos olhos com olhos de quem vê e não como quem olha. Queria-te ter cumprimentado, apertado a mão, agarrar e enfrentar este meu medo de ti e te daquelas conversas de circunstância que tanto detesto mas das quais tenho saudade. Devia ter enfrentado esse teu sorriso, esse teu olhar, matar-te numa conversa de amigos para perder este medo de cada virar da esquina e desta saudade. Mas lá ia ela toda lampeira e dona de si e de mim, um

Cafés que nunca chegam.

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Tenho em mim todos os sonhos do mundo e o medo de os perder. Como andorinhas que partem sem aviso prévio. Mesmo que saibas que elas vão partir um dia, por aquela altura, nunca se está preparado para o presente. Para o já aconteceu. Para o: já fui. Talvez para o ano regresse, ou talvez mais cedo. As pessoas têm muito essa mania quase maníaca de adiar como promessa o encontro, o reencontro: aquele café. Aquele café que chega sempre atrasado, arrefecido ou nunca chega. Nunca um café chega fora de horas, mas não chegar, chegam muitos. O problema é quando a esplanada fecha, o café termina e a vida tem que ser em frente. Todos temos que partir, todos temos sonhos por concretizar e outros têm que ficar assim mesmo: arrefecidos. Passados ao fresco, como diria um bom português. Por isso é que tenho todos os sonhos do mundo dentro de mim e um frio na barriga de que se tornem nada mais que isso: sonhos que esfriaram, como cafés que deixei para amanhã. O amanhã é o acaso mais incerto da vid

Prazer de voltar aos braços da minha criança.

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Todos nós devíamos voltar àquele sitio, aquele sitio onde em cada rua, em cada parede, em cada pessoa estão fragmentos do que fomos. Em cada cara uma nova memória que cai em conversa e eu não me esqueço de onde vim e da família que escolhi para chamar de minha. Por vezes temos a sorte em ter uma família que podemos considerar escolhida, mas outras vezes não temos essa sorte e acabamos numa encruzilhada que a vida nos colocou e não temos opção, fomos determinados por alguém ou algo superior que por vezes gostava de perceber do que se trata, para fazer algumas reclamações. A verdade é que aprendemos a amar quem nos calha, de certo modo como uma rifa, ou não, mas não podemos ser obrigados a amar alguém, não é assim que funciona o amor, muito menos uma família. Não podemos ser obrigados a fazer parte da vida de alguém que por motivos, certos ou errados, não nos quer na sua vida, ou simplesmente sem motivos nenhuns, mas são coisas da vida. Acontece. Mas a magia de uma família está n

Esquece a vertigem do teu passado.

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Ainda te lembras de onde vieste? Ainda te lembras quem te deu a mão? Ainda te lembras quem ficou a madrugada ao relento para não adormecer e te deixar sozinha? Será que já não te lembras ou não te queres lembrar. Um dos maiores defeitos do ser humano é se esquecer de onde veio, como ali chegou e como é ter os pés em terra bem firme. Por vezes olhar para trás pode nos levar a dar passos para a frente, enriquece a nossa personalidade e faz-nos avaliar o presente e o que deixamos para trás. Quem acha que olhar para trás é uma perda de tempo nunca teve nada para onde olhar. É porque deixou tudo do avesso e os passos que deu em frente não passam de uma ilusão. Nunca devemos esquecer que quem nos limpa as lágrimas também chora. Nunca devemos esquecer que quem nos ouve também fala. Nunca devemos esquecer que quem nos dá a mão também cai em buracos fundos. É tudo uma questão de humildade, olhar para as fotografias antigas e saber que crescemos, aprendemos, mas saber porquê que ainda vivem

Apenas não sentes.

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Sou aquela que fica no fundo da calçada com a esperança que o rio volte para trás. Que pare de correr e de fugir por entre os meus dedos. Que pare diante mim e que seja meu por uns segundos. Que me alimente a alma e me cure esta dor. Que faça arder para depois deixar de doer e que não volte a fugir de mim. Quem me dera não ser esta água que passa por tudo e não para, não sente nem mente naquilo que já sentiu. Quem me dera estagnar mas sem ser água morta num charco qualquer. Só queria ser o mar que te molha os pés, que vai e volta e tu não pedes nada em troca. Aquele que te traz tranquilidade e um pouco de paz e sanidade. Aquele que volta para te abraçar e que tu esperas que te abrace, que te beije, que te ame. Porque te quer e nem sabes. Mas principalmente quero ser quem está ao teu lado num por-do-sol qualquer no final de um dia qualquer. Invejo essa água que te toca e te traz de volta à vida, porque eu não posso sair mais desta esplanada, mas não te amo menos daqui. Ap

Feliz dia da Criança 🎨🎈

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Vive em mim uma criança. Uma pequena criança. Tão honesta, tão modesta e que tudo empresta se lhe abrirem o coração. Dona do seu pequeno nariz onde pousa uma borboleta em seus sonhos. Dona do mundo inteiro, cor-de-rosa ou azul, ou verde com salpicos amarelos. Um mundo onde cabem todas as cores do arco-íris. Onde voa, onde salta, onde dá gargalhadas e chora. Chora porque pode chorar, porque pode sorrir, rir e ser feliz. Onde toda a felicidade do mundo cabe num mundo tão pequeno e singelo como ela. A criança não é nada mais que um adulto sem filtros, sem moldes, sem reflexos de quem os outros são. Uma criança é o sol, nunca será apenas uma lua no meio de outras tantas. Uma criança não é nada mais que um adulto mas que não precisa de pensar para ter boas maneiras, com verdade nas veias e onde a vida lhe esfola os joelhos e não a personalidade. Uma criança é um adulto que não precisa de joelheiras, que esfola os joelhos e que limpa rapidamente a lágrima para que ninguém a proíba de fazer

Nada mais que Pessoa.

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Já o meu caro Fernando Pessoa, na sombra de uma pessoa que para mim existe sem qualquer ponta de dúvida, dizia: "No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto" Quando li pela pela primeira vez invejei-o por nunca ter tido a oportunidade de ser eu a escreve-lo, porque era tão eu, tão meu. Era como se a adulta que hoje vive não visse mais a sombra onde mora a minha criança. E como a infância dele modificou, a minha também e todas elas mudam em qualquer que seja a vertente. Deixamos de ser a sombra de sonho de adulto, para sermos na sombra a criança inocente perdida. Invertemos os papeis e muitas vezes com os pés pelas mãos fica tudo do avesso. Passamos a substituir pessoas por outras no dia dos nossos aniversários, ou não os festejamos porque vai faltando demasiada gente: os amigos já não são muitos, os avós já não ocupam a cabeceira da mesa e outros tantos partiram para as suas viagens. Por vezes preciso de parar para me lembrar

Lágrimas negras.

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Essas lágrimas negras que te escorrem, não dos olhos, mas desse peito ferido, em sangue e ferida aberta doem para quem vê, mas principalmente para quem te sente. O rancor é uma constante infeção que nunca te vai deixar curar essa dor que te consome e fecha e abre de novo a ferida com ainda mais dor do que um homem possa sentir. Cura-te. Cura-te com essas tuas lágrimas puras e salgadas que te escorrem por esse rosto e terminam nesse teu sorriso que eu já não vejo, n em sinto. Quem te levou que te traga de volta e quem me dera ter um abraço curador, que curasse essa tua ferida aberta que sangra a cada dia que passa. Assume que caiste, que te magoaste e permite-te ser o ser humano que és. Larga essas lágrimas que se acumulam na tua garganta e te cortam a respiração, te levam a um fim que me sufoca a mim também. Deixa o sangue circular pelo teu corpo, dar cor ao teu corpo e dar vida a esse coração mais ferido que vivo. Deixa essas lágrimas se libertarem para te libertares também dessa t