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A mostrar mensagens de novembro, 2017

Volta e meia e já volto.

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Passamos a vida a questionar o universo: porquê que ainda estamos aqui, porquê que insistimos em pessoas que nos deixam de parte, porquê que voltamos sem ter que sentir que devemos. Voltamos a ir e a vir para o mesmo lugar, o mesmo lugar de sempre sem o ver. Apenas olhamos, chegamos e partimos, rotinas rituais. Um dia partimos e tudo fica numa nova perspetiva. Olhamos de longe, olhamos tudo, num plano geral. Percebemos que vivemos tão grande, tão belo, mas tão acolhedor ao mesmo tempo. Vemos as paredes brancas que ouviram os nossos lamentos, aqueles lençóis que limparam as nossas lágrimas, aquele peluche panda onde deitamos a cabeça e adormecemos de cansaço, aquele candeeiro que nos iluminou as noites de insónia, aquela janela que nos fez dar voltas e voltas ao mundo, aquelas fotografias coladas na parede que nos fazem viajar no tempo, aquela almofada que nos faz não gostar de mais nenhuma. Agora que estou noutra margem do rio e consigo ver de onde venho, vejo o frio que faz aqui,

(Sobre)Viver.

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A vida foge-me por entre os dedos e quanto mais a tento agarrar mais ela me foge e acaba assim por cair desfeita no meio do chão. Parece que os dias de primavera acabaram e em vez de dar lugar a dias de verão trouxeram de novo o inverno, o tremer de frio, a doença que carrego no meu peito. No lugar de dias felizes vêm agora dias cinzentos. O relógio para e eu não sei para onde estou a caminhar. Perco-me no nevoeiro e não sei onde estou nem para onde vou. Porquê que a vida é tão incerta? Tão imprevisível, tão própria. Dona de si, e eu que me lixe. Mas se a vida andasse de mãos dadas comigo, isso sim era viver... Viver é bastante diferente de sobreviver, como falsos amigos. Parecem tão iguais e são tão distintos. Entre o medo do que fui, do que sou e da incerteza do que posso vir a ser, aguardo sentada na ponta mais alta deste penhasco e aqui sinto-me vivo. Como sentado sobre a vida e de pés soltos sobre a morte. Não sei bem para onde vou, mas sei que não quero sair daqui. Viver a