Sonhos de infância.
Quem me dera voltar a ser criança. Inocente e crente que o amor era de livre acesso. Queria tanto ser grande para poder amar, como nas novelas, mas mal eu sabia que os adultos não amam. O meu sorriso puro e aberto ao mundo sumiu, assim, do nada, quando a primeira facada foi espetada mas minhas costas. Fui inocente. O meu brilho no olhar ao olhar o menino fugiu, assim, do nada, quando o primeiro soco partiu o meu coração. Fui inocente. A minha alma congelou, assim, do nada, quando não fazia mais sentido dar a alma a quem não a tem. Fui inocente e tão parva em ter deixado de ser a criança que outrora fui. O problema de hoje em dia é já não haverem crianças dentro dos adultos. Não haver tempo para ser inocente, para olhar nos olhos, para olhar o sorriso e amar desse jeito. Já não há mais tempo para rir, sorrir e sonhar. Não há tempo para ouvir os corações a falarem mais alto do que a razão. Preferimos a solidão no meio de tanta gente. Dava a vida para poder voltar ao colo dos meus av