Instantes.

Num segundo soprei a vela e tudo ficou escuro. Mergulhei na escuridão do meu ser para tentar descobrir quem sou eu de verdade. Dei por mim no fim da estrada e só me restavam duas opções, ou virar numa nova estrada ou voltar para trás. Mas primeiro de tudo teria que saber quem era neste momento, quais as minhas vontades.
Sentamo-nos lado a lado e puxamos o assunto. Conversa puxa conversa e puxei por mim. Não há caminhos errados, não há opções erradas na vida, mas no entanto temos sempre que ponderar o que vamos dizer, fazer ou qual o erro que não queremos cometer. Eu não sei para onde vou, mas sei que não quero ir por ai. Não sei quem vai estar na minha vida, mas sei que não fazes mais parte dela. Todas as portas entreabertas fazem corrente de ar, é preciso encerrar de vez. Nada dura para sempre e em todos os momentos encontramos provas disso. O café esfriou e morreu. O cigarro queimou e morreu. O dia acabou e morreu. Mas no fim temos a prova que é possível começar tudo de novo, com outro ponto de vista, com outra visão das coisas, com outra vontade. Noutro minuto, noutra hora.
É preciso esperar. Esperar o verde para arrancar. O amor acabar para começar de novo. O filme terminar para começar outro. A felicidade acabar para deixar ir. Nós somos uma vida repleta de instantes consecutivos, instantes que terminam, velas que se apagar, verões que findam. Tudo é efémero.
Não sei para onde vou, mas rebobinar a cacete que me vai trazer de novo lembranças recalcadas e deixadas para trás sei que não quero mais. E se não está aqui é porque perdeu o sentido e se não for para fazer sentido, não vale a pena.

E todos os dias são bons para inverter o sentido e mudar de direção para conseguir ver
o pôr-do-sol em novas perspetivas. - Ariana.

Comentários

  1. Adorei o texto!!

    Novo post: http://abpmartinsdreamwithme.blogspot.pt/2018/02/gamiss-wishlist.html

    Beijinhos ♥

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