Fui pedir ao tempo, mais tempo.


Passamos a vida a perder. A perder tempo, pessoas. Perdemos a paciência e o amor próprio. Perdemos momentos e vivências, por medo, por qualquer coisa que nos ultrapassa, meros humanos. Passamos a vida entre o que devemos e não devemos fazer. Em parte da nossa vida devemos ser inocentes, na outra responsáveis e por fim devemos ser fáceis. Fáceis de levar, sem muitas dores nem sofrimentos. Devemos ser fáceis de moldar aos parâmetros da sociedade. Fáceis de encaixar em qualquer canto e sermos mudos e calados. Deixamos ir a criança que fomos noutra hora, deixamos ser o apaixonado jovem que outra hora fomos até que não temos o que relembrar, nesta mesma hora.
Perdemos tempo a mais e vemos pessoas partirem sem saberem o que sentimos, gritamos mas já ninguém nos ouve. Perdemos tempo a ser orgulhosos, a pensar no que devemos amar, no que devemos ser, no que devemos defender. Perdemos tempo em tudo, menos naquilo onde devemos perder tempo.
Devemos fazer o que ainda não fizemos. Devemos dizer o que ainda não dissemos. Devemos beijar a boca que ainda não beijamos. Devemos amar e sentir com toda a intensidade do mundo. De que nos vale levar connosco o que sentimos? De que nos vale deixarmos para amanha, como se houvesse sempre um amanha.
Perdi tempo e partiste. Nem todos temos o amanhã, mas se nos garantem o hoje, porquê que vamos perder tempo? Aprendi quando te perdi, que se for para perder tempo, que seja a dizer que te amo.

Fui pedir ao tempo, para me dar mais tempo,
mas já não havia tempo a perder.
Afinal, as pessoas partem mesmo... - Ariana.

Comentários

  1. Texto muito triste e, ao mesmo tempo, bonito e sincero.
    Beijinhos :)

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    Respostas
    1. Muito obrigada, é preciso dar valor antes de perder .
      Beijinhos*

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  2. É um texto muito triste, mas muito bonito e real. Tens jeito para escrever :).
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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  3. Já lá diziam os Xutos, "a vida é sempre a perder" cabe-nos a nós viver tudo com intensidade, pois hoje estamos cá, e amanhã não sabemos se cá estamos, ou se o próprio amanhã existe...
    Continua!

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